O processo de beatificação do padre Zé Coutinho voltou a ganhar força para que o religioso possa ter seus feitos reconhecidos pelo Vaticano. Está em curso um esforço para que a iniciativa ganhe um impulsionamento e possa andar de forma mais célere.
Conhecido como ‘Pai dos Pobres’, o padre Zé dedicou grande parte de sua vida a ações voltadas para caridade em toda a Paraíba.
Na próxima terça-feira (15) haverá uma audiência pública na Câmara Municipal de Esperança, na Paraíba, para debater as melhores estratégias de agilizar o processo de beatificação do Padre Zé.
Quem foi o padre Zé?
Filho do casal Júlio da Silva Coutinho e de Eusébia de Carvalho Coutinho, sobrinho de D. Santino Maia da Silva Coutinho, arcebispo de Alagoas, e afilhado do Monsenhor Odilon da Silva Coutinho, Vigário Geral da Arquidiocese da Paraíba e seu maior benfeitor.
Iniciou seus estudos no Colégio Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa capital do Estado da Paraíba; fez o curso de Humanidades no Colégio Pio X e o Eclesiástico no Seminário Paraibano. Ainda no seminário participou da fundação do jornal “O Lábaro” e da orquestra “Regina Pacis”, e criou uma espécie de cooperativa para ajudar seminaristas pobres.
Ordenou-se padre em 23 de março de 1920, e seguiu sua carreira religiosa sendo Capelão da Ordem Terceira do Carmo em João Pessoa, Vigário da Catedral Metropolitana, Capelão do Abrigo Jesus de Nazaré, oficiando também na Igreja de Nossa Senhora das Mercês. Em 1937 deixa a vigararia para se dedicar integralmente as suas obras sociais.
Em sua opção pelos pobres, Padre Zé, fundou no ano de 1935, um abrigo, que viria a ser o Instituto São José, onde acolhia aqueles mais necessitados. E, vendo que boa parte dos abrigados também precisavam de tratamento médico, criou a Casa de Apoio, para prestar-lhes tal atendimento, que evoluiria para o que hoje é o Hospital Padre Zé.
Para realização destes trabalhos, Padre José Coutinho, que passou a ser também conhecido como: “o pai dos pobres”, buscou apoio de pessoas generosas, autoridades, entidades públicas, privadas e de classes, instituições e movimentos religiosos, bem como, percorria as ruas de João Pessoa, mesmo em sua cadeira de rodas, a pedir esmolas aos transeuntes.
Seu trabalho social, e o drama de percorrer as ruas para angariar fundos aos “seus pobres” foi retratado no documentário “Padre Zé estende a mão” filmado entre 1969 e 1970, produzido e dirigido por Jurandy Moura.
Padre José Coutinho veio a falecer em 5 de novembro de 1973, dois dias após passar mal no Cemitério da Boa Sentença, enquanto promovia uma de suas ações para arrecadar dinheiro ao seu trabalho.
Por sua obra é reconhecido como patrono da Assistência Social na Paraíba. E, em 2012, a Arquidiocese da Paraíba iniciou a coleta de dados para abrir processo de beatificação e canonização do Padre Zé.
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