O total de dinheiro esquecido em instituições financeiras e bancos para ser resgatado pelos consumidores já superou R$ 9 bilhões. O SVR (Sistema de Valores a Receber), do Banco Central, atualizou nesta terça-feira (8) o valor para devolução em R$ 9,02 bilhões. As informações são do R7, parceiro nacional do Portal Correio.
Até o fim de fevereiro, o sistema devolveu R$ 9,71 bilhões, de um total de R$ 18,74 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.
Em relação ao número de beneficiários, 29,09 milhões de correntistas haviam resgatado valores. Por outro lado, 50,67 milhões de beneficiários, entre pessoas físicas e jurídicas, ainda não sacaram seus recursos.
Os saques na Justiça continuam até 17 de abril, quando acaba o prazo de seis meses dado pelo Tesouro para que os brasileiros retirem os recursos. A partir dessa data, os valores não sacados serão incorporados à conta do Tesouro.
Total de valores a receber por tipo de instituição (R$)
• Bancos – R$ 5,2 bilhões;
• Administradora de consórcio – R$ 2,3 bilhões;
• Cooperativas – R$ 786,3 milhões;
• Instituições de pagamento – R$ 420,7 milhões;
• Financeiras – R$ 166,2 milhões;
• Outros – R$ 32,3 milhões;
• Corretoras e distribuidoras – R$ 3,6 milhões.
Quantidade de beneficiários por faixa de valores a receber
• Entre R$ 0 e R$ 10 – 37,2 milhões
• Entre R$ 10,01 e R$ 100 – 14,4 milhões
• Entre R$ 100,01 e R$ 1.000 – 5,6 milhões
• Acima de R$ 1.000,01 – 996,9 mil
Segundo o Banco Central, o beneficiário com valores a receber em mais de uma faixa é contado mais de uma vez. Por isso, nesse painel, o número de pessoas com dinheiro a receber é maior do que o informado pelo BC.
SVR: o que é e como resgatar
O SVR é um serviço do BC no qual o cidadão pode consultar se ele próprio, sua empresa ou pessoa falecida tem dinheiro esquecido em algum banco, consórcio ou outra instituição. Para ter acesso a recursos de pessoas falecidas é preciso ser herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal.
As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem, com a atualização de novas fontes de valores esquecidos no sistema financeiro. Apesar da transferência ao Tesouro, as estatísticas continuarão a ser atualizadas pelo BC.
Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Os saques por meio do sistema do BC foram interrompidos após a transferência dos valores esquecidos para o Tesouro Nacional.
O repasse ao Tesouro ocorreu para compensar a prorrogação da desoneração da folha de pagamento até 2027. Os cerca de R$ 9 bilhões vão compor os R$ 55 bilhões que entrarão no caixa do governo para custear a extensão do benefício, mas a decisão caberá ao STF (Supremo Tribunal Federal), que julgará uma ação que questiona a constitucionalidade da devolução ao Tesouro.
Para consultar se tem valores a receber, basta acessar o sistema no site do Banco Central (www.bcb.gov.br/meubc/valores-a-receber) e preencher os campos com o CPF (Cadastro de Pessoa Física) ou CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica).
O SVR engloba valores disponíveis:
Golpes
O Banco Central alerta os correntistas a terem cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos, mesmo com a interrupção dos saques. Veja os principais alertas:
• O único site para consultar e saber como solicitar a devolução dos valores, da empresa ou de pessoas falecidas, é o valoresareceber.bcb.gov.br.
• Todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos. Não faça nenhum tipo de pagamento para ter acesso aos valores.
• O Banco Central não envia links nem entra em contato para tratar de valores a receber ou para confirmar seus dados pessoais.
• Somente a instituição que aparece no Sistema de Valores a Receber é que pode contatar você, e ela nunca vai pedir sua senha.
• Não clique em links suspeitos enviados por email, SMS, WhatsApp ou Telegram.
Portal Correio com R7