Sábado, 23 de Novembro de 2024
25°

Tempo limpo

Patos, PB

Gerais

Romaria da Guia acontece nesta quinta-feira, em Lucena, na Paraíba

A caminhada, que se inicia às 4h na matriz da paróquia do Sagrado Coração de Jesus Menino, no centro da cidade, percorre mais de 10 quilômetros em direção ao Santuário da Guia, localizado na zona rural de Lucena

09/10/2023 às 14h27 Atualizada em 09/10/2023 às 21h41
Por: Redação Fonte: Paraíba Já
Compartilhe:
Romaria da Guia acontece nesta quinta-feira, em Lucena, na Paraíba

No próximo dia 12 de outubro, acontecerá a tradicional Romaria de Nossa Senhora da Guia, um evento de fé e devoção que já está em sua 35ª edição. O ano passado contou com a participação de mais de 12 mil fiéis. A romaria é marco importante na cultura religiosa da região.

A caminhada, que se inicia às 4h na matriz da paróquia do Sagrado Coração de Jesus Menino, no centro da cidade, percorre mais de 10 quilômetros em direção ao Santuário da Guia, localizado na zona rural de Lucena. Tendo à frente o Frei Paulo Henrique Batista (pároco), os fiéis seguirão em oração e devoção, manifestando sua gratidão.

A chegada ao Santuário da Guia é sempre marcada pela emoção. Uma verdadeira multidão se reune para a Missa Campal, presidida por Dom Manoel Delson, Arcebispo Metropolitano da Paraíba, que sempre traz uma mensagem de esperança e amor, fortalecendo ainda mais a devoção a Nossa Senhora da Guia.

Ao completar seus 35 anos, a romaria continua a atrair fiéis de toda a Paraíba e de outros estados, mostrando como a devoção a Nossa Senhora da Guia se mantém viva e atuante na vida das pessoas. A fé que move essa multidão de romeiros é um testemunho de que a religiosidade e a devoção ainda ocupam um lugar especial na sociedade, renovando a esperança em tempos de incerteza.

A ORIGEM

A Romaria da Guia tem sua origem em um grande encontro promovido pela Arquidiocese da Paraíba quando o então Arcebispo Dom José Maria Pires, no ano de 1988, em comemoração ao encerramento do ano mariano proclamado pelo Papa João Paulo II, juntamente aos presentes organizaram a romaria. Naquele ano, segundo os jornais da época, cerca de trinta mil pessoas atenderam à convocação do Bispo e participaram do evento. Este grande encontro que deu origem à romaria foi realizado em 14 de agosto e marcou, também, a chegada dos Carmelitas Descalços vindo da Itália para assumirem o projeto de evangelização da cidade de Lucena, depois achou-se por bem fazer numa data Mariana, e a mais próxima foi 12 outubro, Dia de Nossa Senhora Aparecida – Padroeira do Brasil. Então, continua até os dias de hoje.

A FESTA

A festa da Guia atualmente acontece em dezembro, de 5 a 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, no Santuário. Mas a origem da festa em si não se pode precisar, como começou, e qual era o seu formato. O que aconteceu sempre, e permanece até os dias de hoje, é devoção popular. Praticamente todos os dias, turistas de várias partes do Nordeste e do Brasil visitam o santuário. Além disso, no dia 6 de janeiro (Dia dos Santos Reis), acontece uma outra pequena romaria, (Romaria de Reis). Neste dia também o a igreja recebe muitos visitantes e são celebradas duas missas.

A HISTÓRIA

A ordem Carmelita tem sua organização no ocidente no século XIII, em virtude da ascensão das cruzadas, mas, de acordo com os pesquisadores carmelitas, ainda no oriente já existia uma vida contemplativa e comunitária, antes dessa migração para o ocidente.

Na Paraíba a ordem do Carmo chega em meados da década de 90 do século XVI, segundo Cônego Florentino Barbosa. Depois de terem começado a construção do convento do Carmo nesta Capital, em 1591, os Carmelitas da Paraíba escolheram para campo de suas atividades catequéticas e sociais a praia que se estendia ao norte do Rio Paraíba. Ali começaram a catequese dos povos originários sobre um terreno acidentado; e ao mesmo tempo iniciaram as da Igreja da Guia. Segundo informações, esse templo, apesar de erigido numa aldeia indígena, foi modelado pela técnica da arte colonial conforme demonstram ainda sua arquitetura. Ali se encontram magníficas peças arquitetônicas da lito-talha colonial semelhantes as que existem na Igreja do Carmo da Capital, diferenciando-se pela sua fachada Barroca, a qual explora bastante a utilização da flora da região. Segundo Ayrton de Carvalho, a Igreja e o Hospício da Guia foram fundados nos fins do século XVI, mas seu atual formato corresponde as influências arquitetônicas do século XVIII.

Esta igreja marca o local onde as carmelitas estabeleceram o seu primeiro aldeamento para catequese do gentio, naquela região, estando provavelmente levantada no mesmo ponto da primitiva capela, cuja construção é do fim do século XVI. Há uma forte influência regional na composição da fachada, cujos elementos são inspirados ora na própria natureza da região, ora nas igrejas levantadas sob inspiração erudita. O arranjo dos elementos decorativos é feito sem grande senso estrutural, encontrando-se peças cuja intenção ornamental não se harmoniza com a função que logicamente deviam desempenhar.

A igreja da Guia é, desse modo, uma manifestação artística inesperada da arquitetura religiosa do Nordeste brasileiro. Há infrutíferas tentativas de identificação do artista e da época exata – provavelmente dentro do século XVIII – em que o Monumento foi erguido.

Ainda hoje, no século XXI, a Igreja da Guia nos encanta e convida a pesquisa material e imaterial de seu patrimônio, vivo através da fé do povo que lá acorre para pagarem suas promessas, e não podemos esquecer da memória guardada e preservada em suas paredes seculares.

Atualmente, durante o ano inteiro, o Santuário de Nossa Senhora da Guia segue uma programação rotineira, com duas missas aos domingos, sendo uma às sete e meia da manhã e uma outra às nove horas e trinta minutos.