Idealizar a expansão do próprio negócio no mercado é sempre a intenção do empreendedor, mas em muitos casos o desafio de colocar em prática o projeto de crescimento esbarra na dificuldade de contar com recurso financeiro para efetuar o investimento. Neste contexto, a busca por linhas de crédito pode ser uma alternativa, porém precisa ser analisada pelos donos de pequenos negócios observando as condições de acesso.
Segundo dados da pesquisa ‘Financiamento dos Pequenos Negócios no Brasil’, realizada pelo Sebrae, 75% dos pequenos negócios paraibanos solicitaram empréstimo novo em bancos ao longo do ano de 2022. Desse total, 45% conseguiram o recurso.
De acordo com a analista técnica do Sebrae/PB, Márcia Timótheo, é fundamental que o empresário ao optar pela utilização de crédito faça antes um estudo financeiro do seu negócio. “É preciso tomar uma decisão consciente, observar a quantidade certa do crédito e de acordo com a capacidade de pagamento da empresa para que não venha a ter dor de cabeça, além de avaliar bem a necessidade e se terá condições de pagar. O momento adequado para se buscar crédito é depois de verificar várias questões, porque muitas vezes, os problemas de natureza financeira são resultados de dificuldades em outras áreas da empresa”, explicou.
Após o processo de estudo financeiro da empresa, a analista técnica lembra a importância do interessado ter conhecimento sobre a aplicação de juros, assim como o período para quitação do débito. Essas condições, segundo Márcia Timótheo, são essenciais para avaliar e definir qual a melhor oferta de crédito apresentada pelas instituições financeiras que atuam no mercado. “No mercado existem diversas instituições que oferecem crédito, mas antes de escolher uma opção de financiamento, é preciso saber: quanto de capital preciso? Quanto tempo preciso para pagar? Qual o juro? É fundamental ser realista, por isso não escolha a primeira opção que aparecer. Prepare-se e busque as melhores ofertas e negocie”, disse.
Uma outra opção é conhecer programas e linhas de crédito que são ofertados para categorias específicas que atuam no ambiente de negócios. “As empresas formalizadas têm a sua disposição algumas linhas de financiamento, como por exemplo as que possuem o Aval do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas, que serve para suprir um dos grandes gargalos no acesso ao crédito, e o Sebrae firmou convênio com algumas instituições financeiras, tais como a Caixa e cooperativas de crédito, para garantir as operações na linha de crédito para capital de giro”, concluiu.
Visando apoiar o crescimento dos empreendedores, o Sebrae/PB também conta com a disponibilidade de consultorias, cujo objetivo é de orientar os donos de pequenos negócios para alcançar a melhoria da gestão financeira da empresa e o acesso a crédito. Esse serviço é prestado através dos Agentes de Crédito e Finanças. Podem ser atendidos Microempreendedores Individuais, proprietários de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.
Confira algumas dicas antes de optar pelo acesso a crédito:
1 – Cálculo de investimento
Uma dica valiosa para quem pretende ter acesso a crédito é fazer o cálculo de quanto sua empresa gasta com investimentos fixos e com capital de giro. Essa análise precisa ser feita antes de ir a uma instituição financeira. Feito isso, a orientação é verificar o saldo restante para identificar se há necessidade de pegar financiamento.
2 – Organização financeira
Outra dica é a organização financeira. Essa condição é considerada como fundamental para a longevidade de um negócio. Faz parte do planejamento a escolha de uma instituição financeira que atenda suas necessidades, por isso é importante que os empreendedores pesquisem muito sobre os bancos e as linhas de crédito que estão ofertando e comparar todos os benefícios e desvantagens.
3 – Decisão consciente
O empresário precisa saber o quanto cabe no orçamento mensal da empresa para negociar o crédito. Qual sua capacidade de pagamento? A decisão pelo endividamento deve ser consciente e compatível com a estrutura financeira do negócio. É preciso conhecer e fazer um gerenciamento financeiro adequado e conhecer a dinâmica de funcionamento do mercado de crédito.