O secretário de estado da Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, comentou que os altos índices de transmissibilidade da covid-19, principalmente devido à ômicron, estão altíssimos e que a tendência é que haja mudanças de bandeiras do Plano Novo Normal na próxima avaliação do Estado. Porém negou que isso se reflita em fechamento de comércio na Paraíba.
“As pessoas relaxaram no uso de máscara ao longo desses últimos meses, em lavar as mãos e infelizmente uma parcela da população não tem colaborado”, destacou Geraldo Medeiros nesta sexta-feira (28).
Na última avaliação do Plano Novo Normal apenas um município estava em bandeira laranja e os outros 222 estavam na bandeira amarela.
Segundo o gestor da Saúde, as bandeiras serão analisadas e há tendência que aqueça em todo estado. “O fator atenuante neste momento é termos a consciência que é preciso ficar em casa sempre que possível, evitar bares, shows, festinhas em casa com familiares e amigos reunindo 30, 40 pessoas, isso é tudo o que a ômicron quer”, afirmou.
Apesar disso, o cenário de bandeiras, de acordo com o secretário, não é tão levado em conta para medidas restritivas, agora o índice que mais chama atenção é o de transmissibilidade (RT), “que está altíssimo em João Pessoa, com 2,42 (cada 100 pessoas contaminam 242), é a maior do estado em consequência do veraneio e aglomerações”. A população jovem tem que entender a mensagem que eles adoecem com menor intensidade de sintomas, mas levam para casa, para seus pais, avós, pessoas com diabetes, doenças crônicas e essas correm risco de ir para leitos hospitalares em função da irresponsabilidade dos outros”, continuou.
“Não há medidas de fechar o comércio nesse momento”, afirmou destacando que a maioria das pessoas que estão em leitos de UTI neste momento são de não vacinados ou pessoas sem o ciclo vacinal completo. Eventualmente “há pessoas com o ciclo completo, mas principalmente maiores de 60 anos, com doenças associadas e essa população evolui, mesmo vacinada, porque seu filho ou neto foi para festas, aglomerou e transmitiu dentro de casa”, ressaltou.
Apesar da queda no RT, que já chegou a 4, o secretário aponta que a média móvel dos últimos 14 dias é de 2.42 e que oscila mais para cima que para baixo. “Não precisa nem analisar a taxa de transmissão, o número de pessoas conhecidas contaminas é enorme e revela a alta transmissibilidade em João Pessoa”, completa.
Superlotação em Patos
Quanto ao Hospital Regional de Patos, que atingiu 100% dos leitos de covid-19 ocupados, o secretário afirmou que existe um plano de gerenciamento e que não ocorreu colapso na unidade. “A partir do momento que atingi 80% dos leitos ocupados, disparamos as ondas – como no início da pandemia com ampliação de leitos. Temos leitos prevenidos e estaremos ampliando à medida que houver necessidade. Ampliaremos os leitos se houver necessidade”, afirmou.
O secretário apontou que a ocupação de leitos em João Pessoa chegou a 51%, enquanto o Sertão tem 52% ocupado. Já a região de Campina Grande vive um situação mais confortável com 20% dos leitos ocupados.
A respeito da lotação em Patos, a assessoria de comunicação explicou, em nota enviada ao Portal Paraíba.com.br que houve remanejamento de leitos em uma ação emergencial e que o complexo dobrou sua capacidade de atendimento na Unidade de Terapia Intensiva.
Confira:
Um verdadeiro mutirão aconteceu na noite desta quarta-feira (26), no Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro de Patos (CHRDJC). Isto porque, funcionários de vários setores redirecionaram leitos para serem utilizados por pacientes com coronavírus. A ação emergencial foi necessária em função da unidade ter atingido 100% de ocupação nos leitos de UTI e Enfermaria Covid.
Com essa readequação de leitos, o Complexo dobra sua capacidade de atendimento na Unidade de Terapia Intensiva, saltando de cinco leitos de UTI Covid para 10 leitos e de 19 leitos de Enfermaria para 31. “Não estamos medindo esforços para ampliar a assistência aos pacientes com Covid e esse remanejamento de espaços está dentro deste contexto que representa o esforço e empenho da rede estadual de saúde na assistência aos pacientes com coronavírus”, afirma o diretor geral do Complexo, Francisco Guedes.
Ainda segundo Francisco, os leitos Covid tinham sido redirecionados para atender pacientes com outras enfermidades no final do ano passado com a acentuada queda do número de doentes, mas diante do atual cenário de aumento de casos de coronavírus, os leitos voltarão a ser utilizados por esses pacientes.
Ainda de acordo com Francisco, mesmo com a lotação dos leitos de Covid em Patos, os pacientes continuaram sendo assistidos pela rede estadual de saúde. “Nós temos uma atuação em rede que possibilita que quando uma unidade lota, outra receba o paciente, mas, mesmo assim, a rede tem limites também, então, na atual conjuntura a população também precisa fazer sua parte e ajudar no que lhes compete para evitar ampliar a disseminação da doença”, reitera ele, lembrando que as medidas preventivas são simples e fáceis de serem cumpridas. “Lavar as mãos com frequência, usar máscaras e evitar aglomerações são basicamente as ações que as pessoas precisam seguir neste momento de nova onda da doença”, lembra Francisco, enfatizando que aos primeiros sintomas da doença, a pessoa deve procurar assistência médica e manter-se isolado.