Três deputados federais da Paraíba assinaram o pedido de urgência para a tramitação do Projeto de Lei da Anistia, que busca perdoar os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas em Brasília. As assinaturas foram decisivas para que o requerimento atingisse o número mínimo necessário — 257 — e pudesse ser protocolado para análise do plenário da Câmara dos Deputados.
Os parlamentares paraibanos que endossaram o pedido foram Mersinho Lucena (PP), Cabo Gilberto Silva (PL) e Wellington Roberto (PL). A adesão de Mersinho chamou atenção por ser filho do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), que contou com o apoio do PT para se reeleger no segundo turno contra o então candidato bolsonarista Marcelo Queiroga (PL).
O pedido foi apresentado pelo líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), e alcançou 258 assinaturas. A proposta conta com apoio majoritário da oposição e de parte da base governista, incluindo deputados do PP, União Brasil, MDB e PSD. O objetivo da medida é que o projeto tramite em regime de urgência, o que permitiria sua votação diretamente no plenário, sem passar pelas comissões temáticas.
A decisão de colocar ou não o requerimento em votação cabe ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), que esteve reunido com o ex-presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (10), em Brasília. Segundo informações de bastidores, o encontro serviu para discutir o posicionamento da bancada do Republicanos, que tem registrado apoio considerado abaixo do esperado à proposta.
Apesar da coleta de assinaturas, o requerimento de urgência ainda precisa ser aprovado por maioria absoluta — ou seja, ao menos 257 votos no plenário. A expectativa é que o tema seja incluído na pauta da próxima reunião de líderes, agendada para 24 de abril, após o recesso da Semana Santa e o retorno de Motta de viagem internacional.
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