2023 foi um ano de intensas movimentações visando às eleições municipais do ano que vem. PSB, MDB e União Brasil foram as legendas que mais filiaram Prefeitos, aumentando suas bases por todo o estado.
As eleições gerais de 2022 demonstraram a força que os gestores municipais representam perante o eleitorado paraibano. João Azevêdo e Efraim Filho tiveram um apoio maciço da maioria dos Prefeitos, o que foi crucial para suas respectivas vitórias, sendo que no caso de João, o Governador conseguiu se reeleger mesmo sem ser o vencedor em Campina Grande e João Pessoa.
No pleito municipal de 2020, 17 partidos elegeram representantes nos 223 municípios paraibanos. Na época da eleição, os três primeiros colocados foram Cidadania com 40 Prefeitos, PSDB que conseguiu 27 gestores e o Democratas que se tornou União Brasil em 2022, elegendo 25.
A composição até o começo de 2023 não era muito diferente daquela eleita em 2020, mas durante o ano ocorreram mais de 80 trocas de partido. O maior beneficiado foi o PSB, partido do Governador, que já tinha maioria quando era filiado ao Cidadania em 2020.
O PSB tem no momento a marca de 71 gestores, número que se deve a adição em massa ocorrida no mês de abril, quando a legenda filiou mais de 60 Prefeitos. Nos últimos meses as mudanças foram mais tímidas, com as entradas dos Prefeitos de Bananeira e Gurinhém e da Prefeita interina de Mato Grosso,
Veneziano Vital e o MDB foram os mais agressivos na busca pelos Prefeitos nos últimos meses. De abril pra cá, o partido filiou os gestores de Areia, Sobrado, Cuitegi, Riachão, Uiraúna e Itatuba, com todos os seis concorrendo a reeleição em 2024.
Os partidos que foram mais desfalcados nessa leva de novas filiações foram Cidadania, PDT, PL e PSDB. Com o adendo que PDT e PSDB foram os únicos a filiarem Prefeitos em 2023, sendo o Prefeito de Cuité, Charles Camaraense, o novo comandante do PDT no estado e a Prefeita de Lagoa Seca que se filiou ao PSDB, na última semana.
Se formos pegar os retratos daqueles Prefeitos que podem se reeleger, chegamos ao número de 124. O PSB aparece na frente com 42 Prefeitos, seguido pelo MDB que tem 19 e Republicanos com 13. O partido comandado por Hugo Motta, filiou os Prefeitos de Cajazeirinhas, Pombal, Frei Martinho e Conceição, sendo que apenas os últimos dois poderão ficar no cargo por mais quatro anos.
O PSD presidido pela Senadora Daniella Ribeiro, o Solidariedade de Eduardo Carneiro, e o PROS tem a totalidade dos seus gestores com condições de se reeleger. Com o adendo que o PROS perdeu relevância no cenário estadual e deve perder o Prefeito Toinho Macedo de Areia de Baraúnas.
O caso do PSD é interessante, pois o partido era até 2022, presidido pelo Deputado Federal Romero Rodrigues, e a saída conturbada do ex-Prefeito da Rainha da Borborema da chefia da legenda, pode mudar os quadros do partido, que tem até o momento a certeza de perder o Prefeito Bruno Cunha Lima e a entrada do Prefeito interino de Massaranduba.
Se formos fazer o recorte dentre as legendas que tem mais de 10 Prefeitos a que tem melhor aproveitamento é o PL, o partido comandado por Wellington Roberto, tem muita força no interior do estado e tem dez dos quinze gestores com possibilidade de reeleição.
99 gestores irão perder o mandato e tentarão eleger seus sucessores em 2024. O PSB aparece na dianteira com 29, seguido por União Brasil que tem 19 e Progressistas com 13.
O Progressistas foi um dos partido que menos se movimentou no ano. A legenda comandada por Lucas e Aguinaldo Ribeiro não filiou nenhum Prefeito e ainda perdeu os gestores de Joca Claudino, Lagoa Seca, Riacho dos Cavalos, São João do Rio do Peixe, Triunfo e Uiraúna.
Os dados atuais mostram que o União tem 18 dos seus 27 Prefeitos sem condições de se reeleger em 2024, isso é um número bastante alto, se formos considerar as pretensões de Efraim em transformar o partido em uma das potências políticas da Paraíba.
O PT do Presidente Lula, só tem um único Prefeito no estado, que é Olivânio Remígio em Picuí, que não poderá se reeleger. O partido precisa recuperar o protagonismo na Paraíba e foca na capital e nas cidades metropolitanas como alternativas para crescer no estado.