A Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) determinou, nesta sexta-feira (29), a recomposição das vagas na composição tanto do Diretório Estadual quanto da Executiva da sigla, na Paraíba. A resolução foi votada durante a tarde e foi acatada pelo placar de 15 votos favoráveis e três contrários. Com a mudança, a correlação de forças volta a ser a mesma de 2019, quando o atual presidente do partido, Jackson Macêdo, foi eleito. O efeito prático disso é que o grupo que apoia as pretensões políticas do ex-governador Ricardo Coutinho passa a ter maioria.
Pela nova composição, a tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), liderada por Macedo, terá metade das 46 vagas do Diretório Estadual e também metade das 16 vagas da Executiva. As outras ficam divididas entre as tendências Movimento PT, Muda PT e Resistência Socialista. De acordo com o atual presidente do partido, a recomposição se mostrou necessária porque vários dos membros escolhidos em 2019 deixaram a CNB. “Como isso aconteceu, eles terão que ser substituídos porque a vaga é desta tendência”, explicou Macedo, que foi escolhido por unanimidade em 2019 para o cargo.
A decisão ocorre a menos de um mês da realização do Encontro de Tática Eleitoral, previsto para a última semana de maio, que vai definir como a sigla vai se posicionar nas eleições deste ano. O partido está dividido entre o apoio ao senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) para a disputa do governo do Estado ou o apoio à reeleição do governador João Azevêdo (PSB). A opção por Veneziano é a defendida tanto por Jackson Macêdo quanto por Ricardo Coutinho. Este último espera ser referendado pelo partido para a disputa de vaga no Senado.
“O Diretório Estadual da Paraíba enfrenta uma crônica situação de desarticulação interna, que tem se refletido em frequentes episódios de indisciplina, judicialização das decisões partidárias e interferência externa. A atual composição do Diretório Estadual deveria refletir um acordo, mediado pela instância nacional, para garantir a participação equilibrada das forças que
compõem o PT da Paraíba. Durante as eleições de 2020, um grave caso de indisciplina partidária esgarçou as relações políticas, alterando artificialmente a composição interna do PT”, diz a resolução editada pelo partido.
Dois dos maiores opositores à candidatura de Ricardo e o apoio a Veneziano deixaram o partido. Tratava-se do deputado estadual Anísio Maia, que foi para o PSB, e do advogado Anselmo Castilho. Este último, inclusive, integrava vaga indicada pela CNB. “Considerando a situação interna do PT da Paraíba e seus reflexos na disputa eleitoral, que a exemplo da eleição de 2020, poderão afetar negativamente o desempenho do PT, com possíveis reflexos danosos inclusive para a campanha do Presidente Lula, a Comissão Executiva Nacional, procurando restabelecer o funcionamento equilibrado das instâncias partidárias do PT da Paraíba”, diz a nota.