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Eliminada do BBB 25, Camilla entra no TOP 5 + rejeitados da história do BBB

Se o índice por si só já impressiona, um detalhe chama ainda mais atenção: quatro dos cinco participantes mais rejeitados do reality são negros.

05/03/2025 às 07h53
Por: Redação Fonte: Purepeople
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Eliminada do BBB 25, Camilla entra no TOP 5 + rejeitados da história do BBB

A eliminação de Camilla, na noite desta terça-feira (4), cravou seu nome na história do "Big Brother Brasil" — mas não da maneira que ela gostaria. Com 94,67% dos votos, a trancista carioca saiu do "BBB 25" com a maior rejeição da temporada até agora e entrou para o Top 5 de maiores rejeições da história do programa.

Camilla entra para o Top 5 de maiores rejeitados do BBB 

Se o índice por si só já impressiona, um detalhe chama ainda mais atenção: quatro dos cinco participantes mais rejeitados do reality são negros. Além de Camilla, figuram na lista Karol Conká (99,17%, BBB 21), Nego Di (98,76%, BBB 21) e Aline dos Santos (95%, BBB 5). O único nome fora desse recorte é Viih Tube (96,69%, BBB 21), que teve uma trajetória controversa, mas conseguiu reverter sua imagem fora do jogo.

A rejeição massiva de Camilla não foi exatamente uma surpresa. Nos últimos dias, ela já enfrentava uma onda crescente de críticas, especialmente por sua mudança de postura com Vitória Strada, sua antiga aliada. Ainda assim, o índice elevadíssimo deixa um questionamento: como o público constrói seus vilões no BBB – e quem são eles?

Discurso de Tadeu: um aviso sobre o jogo e sobre o público

Se havia alguma dúvida sobre a rejeição de Camilla, Tadeu Schmidt deixou claro que a decisão do público foi certeira e avassaladora. O apresentador, sempre cuidadoso em seus discursos de eliminação, dessa vez foi mais direto e contundente, sem dar margem para dúvidas.

Ele começou trazendo falas das emparedadas e analisando o excesso de cuidado que elas tiveram com seus pares dentro do jogo. Mas, conforme avançava, o tom ficava mais crítico. Camilla foi retratada como uma jogadora que acreditou ter domínio da própria narrativa, mas que, na prática, se perdeu na leitura do jogo e da opinião do público.

"Talvez o segredo esteja na forma. Sempre pode dar errado, sempre há o risco de cair. Você escolhe se vai cair se escondendo ou atirando. Atirar costuma fazer mais sucesso", expressou Tadeu. A mensagem foi clara: no BBB, não há espaço para jogar de forma morna. Quem tenta agradar a todos, muitas vezes, desagrada ainda mais. Camilla tentou manter um equilíbrio, mas acabou sendo vista como falsa e calculista.

Tadeu foi ainda mais longe e trouxe um dos grandes erros cometidos por jogadores que saem com altos índices de rejeição: a falsa certeza de que estão no caminho certo, quando, na realidade, o público já decidiu o contrário: "Onde você não viu problema nenhum, é que estava o verdadeiro problema. Você não soube identificar seus adversários. As armas que escolheu não foram adequadas". 

Se Camilla esperava sair do programa entendendo exatamente o motivo da sua eliminação, Schimdt já antecipou que a realidade fora da casa pode ser muito diferente. O público viu falhas que ela talvez nem tenha percebido – e, para piorar, não perdoou.

O que explica o padrão do Top 5?

Se a eliminação de Camilla gerou polêmica, a estatística por trás do Top 5 de rejeições do BBB levanta um debate ainda maior: por que, historicamente, os participantes mais odiados do reality são, em sua maioria, negros?

Desde Karol Conká, que saiu como a vilã mais marcante do "BBB 21", até Aline dos Santos, no "BBB 5", a recorrência de participantes negros entre os recordistas de rejeição faz questionar se os critérios do público são realmente iguais para todos.

Claro, cada caso tem suas particularidades. Conká foi eliminada após um comportamento agressivo dentro da casa, incluindo falas e atitudes vistas como abusivas. Nego Di, seu aliado na mesma edição, saiu logo depois, com um percentual ainda maior. Mas, ao mesmo tempo, participantes brancos que também erram no jogo raramente chegam a índices de rejeição tão altos.

Camilla, por exemplo, não foi protagonista de brigas ou situações extremas, mas ainda assim saiu com um percentual superior a de muitos participantes que tiveram condutas bem mais problemáticas ao longo dos anos. Isso levanta um questionamento inevitável: o público pesa a mão de maneira diferente dependendo de quem está no paredão?

Pesquisadores e sociólogos já apontaram que a percepção sobre determinados comportamentos pode ser influenciada por estereótipos raciais inconscientes. No BBB, isso pode significar que uma atitude vista como "forte" ou "estratégica" em um participante branco pode ser interpretada como "arrogante" ou "falsa" quando vem de um participante negro.

Se essa lógica se aplica ao caso de Camilla, ainda é cedo para dizer. Mas uma coisa é certa: essa não é a primeira vez que o público do Big Brother Brasil elimina um participante negro com rejeição histórica – e provavelmente não será a última. Complicado!